BETH FLEURY
Como escapar das grades da tradição
Carmem Rodrigues (CR): Gostaria de começar pedindo que você nos conte um pouco de sua infância e das influências que te trouxeram à luta pelos direitos das mulheres.
Beth Fleury (BF): Eu tenho um lado da minha família, lado materno, que vem do Sul, na verdade imigrantes poloneses, E, no lado paterno, a gente vem de uma mistura de famílias de fazendeiros tradicionais de Minas, família França Teixeira. O Teixeira do lado do meu avô, e de famílias que fundaram as primeiras indústrias aqui. (…) E essa família que é de imigrantes poloneses, que vieram de Varsóvia. A gente viveu numa mistura de culturas e me mostrou que até hoje nós [brasileiros] ainda estamos negociando as nossas diferenças culturais, eu acredito.
E naquela época, como eu vinha de uma família do lado da minha mãe de polonesas, a minha mãe tinha muito um jeito enérgico de se exprimir e também um jeito, como diz a minha irmã Sônia, ela sempre trabalhou o mundo através da denúncia. Então, nós desenvolvemos um pensamento crítico, inclusive em relação a essa cultura dos homens, na relação com as mulheres, embora a gente fosse criada dentro de todo aquele ritual. (…) Havia uma tradição assim de muitas celebrações, mas onde tudo tinha o seu lugar social muito reservado. E como dizia Bourdier,1 havia toda uma tradição de distinção para acentuar as diferenças entre as classes sociais.
Eu me lembro que todos os domingos na fazenda tinha cantoria, os sertanejos, que eram os trabalhadores rurais, eles se juntavam num cano comprido que tinha lá de ligação da água das terras da fazenda e ali eles deitavam e tocavam viola, cantavam, às vezes faziam suas cantorias e a gente ia lá pra assistir. Depois que saía da missa ia ver as classes populares se divertirem. Ao mesmo tempo a minha mãe e meu pai eram muito preocupados com o social, então reabriram a escola rural ali e nesse lugar eu fui alfabetizada – eu fui alfabetizada com os filhos dos trabalhadores rurais.
A gente, ao fim ao cabo, tinha uma ligação muito afetiva e muito profunda com os trabalhadores – que nasceu ali nessa vivência. Eu também venho de um lado dos Fleury não é? Meu avô materno que foi inclusive o primeiro Secretário de Trabalho aqui de
Minas Gerais foi nomeado pelo Getúlio [Vargas],2. Este avô, João Fleury, foi revolucionário de 1930,3 que nos legou uma tradição de muita preocupação com a vida do trabalhador em geral. Vovô ajudou a criar o PTB, o Partido dos Trabalhadores do Brasil, na época fundado a nível nacional pelo Getúlio Vagas. (…).
(CR): E os costumes a respeito das meninas, das moças, como eram?
(BF): Então, nos anos 60 havia uma distinção muito grande entre educação de meninos e meninas – as meninas mais protegidas, muitas restrições, toda aquela tradição. E eu me lembro que eu disputava muito com meu irmão e falava: “Por que ele pode e eu não posso? Por que meu pai vai levar meu irmão e não pode me levar? Por que ele vai estudar xadrez com meu pai e eu não posso aprender?” Por que isso? Por que é aquilo? (…) E havia uma disputa e eu ficava muito zangada, por que eu percebia que tinha restrições a mim que eu não suportava. Por outro lado, a minha mãe mostrava pra nós, nas conversas entre ela e minha avó polonesa, como os homens eram pessoas diferentes de nós, como eles eram pessoas não confiáveis, os sofrimentos que a minha avó viveu quando ela se casou com meu avô, muito jovenzinha com 16 anos em Curitiba – foi lá que meu avô foi [construir] a estrada de ferro e conheceu a vovó. Então, tudo isso as mães já traziam pra nós umas formas de denúncia… Acho até que era de uma forma inconsciente para elas, isso não era tradição mineira. (…)
Havia um formato de sociedade com expectativas fortes de que iríamos atender a esses requisitos. O que nós tínhamos na infância e adolescência? Tinha-se que ir à missa todo domingo, comungar, tinha que confessar uma vez por mês, frequentar o grupo de Maria – toda uma tradição mineira, muito católica de produzir moças virtuosas. Não que a gente fosse contra virtude, muito pelo contrário. Mas era uma formação que te preparava para justificar e aceitar as restrições. Lembro que, por exemplo, nas festas as mulheres tinham que ficar de um lado, os homens do outro (…).
Então, havia sobre nós uma expectativa que a gente obrigatoriamente tinha que cumprir. Eles esperavam que a gente escolhesse uns rapazes muito cedo, que a gente se dedicasse a sermos moças do lar. Por outro lado, meus pais queriam que a gente tivesse profissão, que a gente tivesse uma independência financeira – isso eles sempre quiseram, sempre
nos incentivaram muito a estudar e tudo (…) . Então, ao mesmo tempo que a gente tinha a referência do rock, a gente tinha a referência da luta contra a guerra do Vietnã, a gente tinha referência das feministas, que já nos chegavam, aquele folclore das feministas queimando sutiã em praça pública4. Eram referências cruzadas, e vinham as passeatas de protesto dos estudantes na ditadura, o movimento dos hippies, tudo isso já nos chegaram como ecos e com uma certa referência, que foi até um certo alívio pra nós, não é?
Nós éramos de uma família do interior e no interior é tudo muita tradição, um sufocamento cultural, inclusive insuportável. Eu e a minha irmã mais nova gostávamos muito de literatura, de cultura – essa irmã morou um ano em Curitiba e voltou fazendo teatro, aí começamos a montar [peças] infantis da Maria Clara Machado5 no cinema da cidade, o Cine Pepino6 a gente alugava, o cara cedia pra gente, o palco lá do teatro, a gente montava peça infantil e desse grupo surgiram atores, a minha irmã mesmo virou diretora de teatro em Curitiba. Então a gente tinha uma vida cultural, a gente já amava a literatura, lia tudo que existia na cidade. (…) E, realmente, descobrir estudos críticos sobre a questão da mulher foi a descoberta de um canal pra eu desaguar toda aquela minha diferenciação do resto do planeta.
(CR): Como o jornalismo entrou na sua vida? Sabemos que antes da sociologia, você foi jornalista por quase 15 anos.
(BF): As minhas irmãs é que escolheram que eu ia fazer Comunicação! Por que comunicação social estava meio que na moda, estava explodindo, era o boom da Comunicação Social naquela época.
E aí elas foram me mostrando como funcionava a vida na universidade – me levavam pras festas lá da FAFICH, aqui da [rua] Carangola,7 no sábado tinha Teatro Jornal, aí elas falavam: “Você lê tanto, escreve bem e devia fazer comunicação”
Aí meu pai falava assim: “jornalistas são todos cafajestes”. Porque ele conheceu as histórias do vovô indo pro bordel, discutir com os jornalista, ele era amigo do Geraldo Teixeira da Costa, fundador do Diários Associados – eram grandes amigos dele. Por causa das histórias que minha avó contava, das noitadas de meu avô com o pessoal da política e do jornalismo, eu cheguei à conclusão de que, no Brasil, muito da vida política se resolvia era nos bordéis – naqueles anos 1940, 1950. (…) Pelas histórias que ouvíamos de meu avô sobre amigos da política, a gente ficava sabendo como era a vida dos bastidores da política brasileira.
(CR): A literatura também entrou na sua vida no período de início da universidade?
No murinho da Fafich era onde tudo acontecia, onde a gente socializava e fazia amigos. Um dia a Lucinha Afonso8 sentou-se no murinho e, conversando, descobriu que eu fazia poesia. Convivia muito com o pessoal da Psicologia e da Sociologia. Nesses papos, acabei sendo convidada para ajudar a criar uma revista de literatura e cultura, claramente contra a censura imposta pelo regime militar – não por acaso se chamava “Silêncio”. Um ano depois, em 1975, o Ano Internacional da Mulher, numa conversa com Miriam [Chrystus], ela me explicava o que era essa decisão da ONU de criar o ano das mulheres. Foi dessa conversa que veio o convite pra gente criar o grupo feminista. Ela me chamou e falou: “Vamos fazer?”. Fiquei insegura porque não conhecia muito o assunto: “Ah, não sei o que é isso!” E começamos a estudar os textos fundadores do feminismo, as grandes teorias, estudando inclusive o livro do [Fredrich] Engels,9 né? [A origem da família, da propriedade privada e do Estado] Que é um livro maravilhoso que resgata um pouco a história do patriarcado, como que o capitalismo se construindo e, ao
lado disso, o patriarcado veio a suplantar o regime de matriarcado. Exatamente essa transição que ele relata.10(…)
E isso foi assim, iluminou a cabeça da gente. Havia ainda todo o apoio das organizações do movimento estudantil ao debate político e às artes. O ambiente cultural das universidades nos anos 70 era uma coisa que trazia muita informação pra gente. Ali a gente entrava em contato com toda uma discussão intelectual que estava posta no primeiro mundo, no Canadá, nos Estados Unidos, na Europa (na França, na Inglaterra) e isso chegava até nós, pelos debates, pelos livros, filmes. As grandes questões a respeito da psiquiatria e a luta contra as inovações trazidas pela psicanálise – aquele recurso de tratamento por eletrochoque nos hospícios, por exemplo, a gente já participava daquele movimento da antipsiquiatria11. Sobre isso havia os filmes ingleses que combatiam essas práticas medievais nos hospícios. Enfim, tínhamos contato com as ideias da vanguarda intelectual europeia e norte-americana. A gente acompanhava aqueles grandes cineastas – Bertolucci12, Pasolini13, Fellini14 etc. Todo aqueles grandes cineastas europeus, o realismo italiano15 que era maravilhoso. Enfim, e toda e a literatura também latino-americana, o boom da literatura latino-americana, eu li tudo que existia. (…) Então, era assim! Nossa, parece que estou dizendo que a vida é um paraíso – mas, do ponto de vista intelectual, havia uma coisa que fervilhava ali, era um caldeirão de ideias.
(CR): Nesse período vocês organizam o seminário de feminismo de 1975, não é isso?
(BF): Com essas lembranças da literatura e do feminismo, eu acabei me lembrando porque que eu participei do debate de 1975, o seminário,16 o primeiro seminário feminista que foi feito aqui, que Mirian [Chrystus] e Beth Cataldo organizaram muito mais do que e… Na verdade eu participei sim das discussões de criação do seminário. Como eu participava do movimento estudantil, a maior ajuda que dei foi abrir um canal de diálogo com a direção do DCE da UFMG (Diretório Central de Estudantes) pra conseguir a liberação do espaço do DCE para a realização dos debates. Naquela época havia uma diferença de opinião – a presidente fazia parte dos grupos de esquerda que discordava da discussão específica sobre os problemas das mulheres. Era a Samira Zaidan17 e negociei com a Samira numa reunião. Depois Beth [Cataldo] e Miriam [Chrystus] foram lá e fecharam esse acordo.
(CR): Parece que você acabou se lembrando de uma questão de família quando foi resgatar suas memórias do seminário. Pode compartilhar conosco?
(BF): Justamente, por causa dessas memórias sobre o seminário acabei me recordando que havia uma história pessoal minha que eu tinha esquecido totalmente. No encerramento do seminário, que durou três dias, eu e o fotógrafo Luciano Ulhôa Cintra montamos e apresentamos um audiovisual usando um poema meu. De alguma forma os fatos que geraram a escrita daquele poema sumiram da memória e só esse resgate que estamos fazendo trouxe estas lembranças de volta. Explico, no poema (cuja cópia escrita jamais reencontrei) estou discutindo as razões que fazem uma moça ser escolhida ou disputada por um rapaz. Naquele momento eu estava vivendo uma situação delicada em casa – quase aconteceu comigo uma história de casamento arranjado, como era o desejo da minha mãe e de meu pai. Meu pai, aos 55 anos, estava se formando em Direito na época, reorganizando a vida dele. Estudou dos 50 aos 55, quando ele foi colega de um rapaz com quem iria abrir um escritório. E essa pessoa, de quem meu pai gostava muito, era quem ele pretendia que eu me cassasse. Minha mãe começou a me incentivar dizendo que ia fazer um lanche para me aproximar do rapaz, gente bacana que estava interessado em mim. Nem as minhas irmãs sabiam disso. Eu não tinha qualquer interesse nessa história, e me coube a dura tarefa de dizer não e contrariar meus pais. Nós queríamos coisas diferentes em relação à meu futuro e minha vida. Também não queria e que meu pai e minha mãe escolhessem quem deveria ser o meu parceiro. Foi então que fiz um poema lírico e triste falando da situação de as mulheres serem oferecidas em troca de algo – se eu aceitasse era como se fosse me prostituir. O Luciano era o monitor da disciplina de estética da filosofia, professor Moacyr Laterza,18 além de meu colega de sala e também fotógrafo. Ele tinha fotografado todas as grandes obras do impressionismo europeu,19 eram slides. Usamos estas fotos para montar o audiovisual e uma gravação de minha voz declamando o tal poema.
E com ele nós encerramos o seminário e era uma discussão de porquê as mulheres tinham que ser vendidas e trocadas em jogos de interesse familiar, olha só!
(CR): Sua literatura então expressava algumas das suas ideias sobre as mulheres?
(BF): Eu procuro me expressar através da literatura e as elaborações de emoções que essas teorias feministas nos despertaram é claro que aparecem nos meus poemas. Isso também se refere àquele poema que declamei lá nas escadarias da Igreja São José, no ato público de 1980. “Aos homens, nosso mel e nosso fel” foi uma interpretação minha de como que a cultura nos tratava enquanto mulheres. É bem isso que o poema expressou. Ali dizia nós “somos o vaso /a caneca de barro/o jarro, que de tristeza/ não demoram a transbordar”. A Mirian Chrystus diz sempre: “…mas já tinha transbordado, né? Porque as mulheres estavam sendo assassinadas e tudo o mais.
(CR): Conte um pouco do período de jornalismo independente, do jornal De Fato.
(BF): Verdade, antes dessa época a gente criou o do jornal De Fato. Naquele período que nós fizemos o seminário de 1975 já estávamos nos reunindo pra lançar o Jornal de Fato também. Então naqueles anos 70 tudo acontecia, era uma ditadura que estava ainda rigorosas, no sentido de que ela estava matando e prendendo muito, era um momento cruel da ditadura brasileira, de medo, de pânico, de muito tudo! E a gente, ao invés da gente ficar paralisada, imobilizada, esperando a morte chegar, a gente se mexia. A gente foi fazer um jornalismo que não era um confronto total, mas ali se estava discutindo as coisas que deviam ser discutidas: a cidade, a vida coletiva, as perspectivas políticas e a os fatos dos costumes, da cultura de uma época. Junto com Aloísio Morais20, Durval Guimarães, Fernando Assumpção, Edson Martins e Dione e junto com esse grupo
grande – onde estavam Mirian Chrystus, Beth Cataldo,21 Beth Almeida.22 Foi um momento inesquecível das nossas vidas, porque lá naquele espaço onde morava a Miriam Chrystus e o Aloísio Morais, que eram casados naquela época, depois Charles Magno23 e Lúcia Afonso que se casaram e foram morar lá. E lá que se fazia a redação do jornal e lá na casa da Miriam também nós fazíamos nossas reuniões de sábado do movimento feminista e também o movimento dos humoristas também acontecia lá e fizeram uma revista chamada “Mordaça”. Tudo acontecia naquele lugar, era muito, era muito forte, marcou a gente pra sempre.
(CM): Como foi o período de redemocratização pra você?
(BF): Bom, quando teve o ato público [1980], no ano seguinte eu já estava indo pra TV Bandeirantes. Já era a pré-redemocratização, estava naquela fase que os exilados estavam todos voltando pro Brasil e trazendo essas ideias feministas arejadas naquela época. A Celina Albano,24 na época do ato público, ela já tinha voltado do doutorado na Inglaterra, ela e outras trouxeram também, essas ideias das mulheres, das organizações feministas que já eram bastante avançadas tanto na França, em Paris, como em Londres, na Inglaterra, como as outras no Canadá. Enfim, as experiências que elas viveram, elas vieram trazendo pra nós, essas organizações, digamos, do terceiro setor que a gente não conhecia, nunca tinha visto, o SOS Mulher, tudo que funcionou depois no Centro de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM), que foi um desdobramento de 1980, do ato público, elas trouxeram como inovação. Eu fiquei lá um período muito curto e como eu assumi televisão também, eu acabei me distanciando muito.
(CR): Como entrou a Sociologia nessa sua experiência profissional?
(BF): Foi assim: saí da mídia de São Paulo e fiquei na Fioruz no Rio, trabalhando em assessoria de comunicação, área que não é muito atraente para mim. Cinco anos depois, já estava com projetos sociais trabalhando em comunidades no entorno da instituição, ali em Manguinhos. Nessa época, os desafios de como lidar com os moradores das comunidades e suas questões sociais fortes e urgentes, trouxe pra mim a necessidade de ler mais, a Sociologia entra nesse período – algum colega da Fiocruz me recomenda um
dos livros de Pierre Bourdieu, até para ajudar a conviver com a angústia de coordenar projetos sociais e não poder responder a todas as demandas que as comunidades trazem pra você. Enfim, foi por aí que me reencontro com a Sociologia – área de referência de minhas irmãs mais velhas. Daí também a questão da mulher começou a voltar novamente. Início dos anos 2000 retorno pra Minas e volto pra UFMG pra fazer a minha formação acadêmica. Nessa fase, na Fiocruz eu estava envolvida com a criação e depois a coordenação do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz no Rio, viajava pra lá todos os meses. Nesse momento crio o projeto do “Dicionário Feminino da Infâmia – acolhimento e diagnóstico de mulheres em situação de violência”25. Foi publicado pela Editora Fiocruz em 2015, mas já em 2010, quando comecei o mestrado de Sociologia, também inicio esse projeto onde me reencontro na prática com a questão das mulheres novamente.
Durou quatro anos esse trabalho, a gente fez o dicionário sobre a violência contra mulheres reunindo grupos de pesquisadoras do Brasil todo pra nos ajudar a discutir a questão da violência praticada contra as mulheres, resgatando história desses movimentos, as leis que foram votadas, os procedimentos que foram estabelecidos na área de saúde pública, de justiça, de segurança pública, de assistência social, todas as políticas foram criados, tudo nós contamos nesse dicionário.
1 Pierre Bourdier (1930-2002), filósofo, sociólogo e professor francês.
2 Getúlio Dornelles Vargas (1882-1954), político brasileiro, líder da Revolução de 1930 que instituiu a Ditadura do Estado Novo (1930-1945), da qual foi também o líder. Com a restituição da democracia foi eleito presidente em 1950, mas por pressões políticas diversas que pediam sua renúncia, cometeu suicídio em agosto de 1954.
3 A Revolução de 1930 foi um golpe civil-militar encabeçado por Getúlio Vargas, à época Governador do Rio Grande do Sul, que pôs fim à República Velha (1899-1930).
4 O protesto feminista organizado pela “Women’s Liberation Movement” em setembro de 1968 ficou conhecido como “Miss america protest” ou “bra-burning”. De fato, nunca houve uma queima de sutiãs, a reporter Lindsy Van Gelder ao escrever sobre o protesto feminista fez uma analogia entre as mulheres que jogavam seus sutiãs na lata do lixo e os jovens norte-americanos que queimavam suas cartas de convocação para a Guerra do Vietnã (1959-1975). O mal entendido acabou transformando no símbolo do feminismo.
5 Maria Clara Jacob Machado (1921-2001), escritora, dramaturga e atriz, autora de famosas peças infantis como “Pluft, o Fantasminha”, “A Bruxinha que era boa” e “O Dragão Verde”.
6 Cine Teatro Pepino foi inaugurado em janeiro de 1967 e funcionou até 1990. O nome foi dado em homenagem a Guiseppe Ferrari, conhecido como pepino, irmão de Renato Ferrari. Apaixonados pela arte, os dois começaram a carreira alugando alguns dos cinemas de Sete Lagoas, posteriormente construíram seus próprios empreendimentos, o Cine Pepino e o Cine Rivello.
7 No início da década de 1960 a Faculdade de Filosofia da UFMG transferiu-se do edifício Acaiaca para o prédio da rua Carangola, no bairro Santo Antônio. Ali permaneceu até 1990, quando as atividades foram transferidas para o Campus Pampulha da UFMG.
8 Lúcia Afonso, professora aposentada do Departamento de Psicologia da UFMG.
9 Friedrich Engels (1820-1895) empresário e teórico revolucionário, coautor de diversos textos com Karl Marx (1818-1883). Publicado em 1884, A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, transformou-se em uma das principais obras do socialismo que discute a formação histórica da família, suas questões de classe, a subjugação feminina e a propriedade privada.
10 Lewis Henry Morgan (1818-1881) é considerado um dos fundadores da antropologia moderna com suas reflexões inovadoras sobre a cultura e a sociedade, baseadas em estudos que fez com a população de nativos dos Grandes Lagos nos EUA, os Iroqueses.
11 O movimento antipsiquiátrico, iniciado por volta dos anos 1950, especialmente na Europa e Estados Unidos, foi responsável pelo amplo questionamento ao modelo psiquiátrico de compreensão e atenção à loucura. Da crítica ao conceito de “doença mental” até os questionamentos dos modelos de tratamento centrados nos hospitais psiquiátricos, por serem considerados produtores de violência e exclusão, além de não possibilitarem a efetiva recuperação e a reinserção do paciente na sociedade, o movimento foi fundamental na criação de novos modelos de atenção em saúde mental.
12 Bernardo Bertolucci (1941-2018) diretor e roteirista italiano. Em sua bagagem, O Último Tango em Paris, Os Sonhadores e O Conformista.
13 Pier Paolo Pasolini (1922-1975). Poeta, dramaturgo e diretor de cinema. Cinco filmes centrais de sua obra: Teorema (1968) Chegada de um estranho convulsiona e transforma família burguesa. Decameron (1971) Primeiro filme da Trilogia da Vida, com episódios satíricos extraídos da obra de Boccaccio. Pocilga (1969) …Desajuste Social (1961).
14 Federico Fellini (1920-1993) foi diretor e roteirista italiano. Deixou obras como: Os Boas Vidas, Amarcord, La Dolce Vita, La Nave va.
15 Neorrealismo italiano, um movimento cinematográfico que despontou nos anos 1940, caracterizado por história sobre a classe trabalhadora.
16 Seminário “A mulher brasileira em debate”, organizado por alunas da UFMG, no âmbito do Ano Internacional da Mulher promovido pela UNU. O evento aconteceu no DCE da UFMG de 04 a 06 de Novembro de 1975.
17 Samira Zaidan é professora da Faculdade de Educação da UFMG.
18 Moacyr Laterza (1928-2004) professor do Departamento de Filosofia do UFMG.
19 O impressionismo foi uma corrente artística característica da “Belle Époque” (1871-1914).
20 Aloísio Morais Martins, jornalista que trabalhou nos principais jornais de Minas Gerais, também foi presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais.
21 Beth Cataldo é jornalista com foco na área econômica, trabalhou nas principais redações do país.
22 Elizabeth Almeida, advogada e ex-integrante de um dos primeiros grupos feministas de Belo Horizonte, liderança do movimento Quem Ama Não Mata. Foi advogada de sindicatos e movimentos populares nos anos 80 e 90 em Minas.
23 Charles Magno Medeiros é jornalista, fez carreira na comunicação corporativa.
24 Maria Celina Pinto Albano, socióloga e professora aposentada do Departamento de Sociologia da UFMG.
25 “Dicionário Feminino da Infâmia: acolhimento e diagnóstico de mulheres em situação de violência”, Organizadoras: Elizabeth Maria Fleury-Teixeira e Stela Nazareth Meneghel. Publicado pela Fiocruz em 2016.
MIRIAN CHRYSTUS
NELY ROSA
RODRIGO DA CUNHA PEREIRA
ELIZABETH ALMEIDA
ALOÍSIO MORAIS
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ELIZABETH FLEURY
CONCEIÇÃO RUBINGER
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