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THAIS GUIMARÃES

Uma poética pelas mulheres

Autora de oito livros poemas, crônicas e ficção infantil, o nome de Thaís Guimarães se impõe pela qualidade de seus textos e a firmeza de sua atitude diante das situações da vida e do cenário, seja cultural ou político no país. Participou da pesquisa para criação do texto “A Honra ou a Vida”, júri simulado apresentado em 1983, no centro de Belo Horizonte.  No depoimento gravado em vídeo (ao lado) a poeta rememora esse momento dos anos 80 em Minas, comenta a educação recebida pelas moças de sua geração e declama o poema que recebeu primeiro lugar no Prêmio Off Flip 2019.  Veja aqui trechos de sua entrevista.

Carmem Rodrigues (CR): Thaís gostaria que você contasse pra gente um pouco sobre a sua infância. Como era a educação das mulheres em sua região? E você, houve alguma diferença na forma como foi educada?

Thaís Guimarães (TG): Bom, eu sou uma mulher que nasceu nos anos 60 – em 1961 no Ceará. Vim pra Minas ainda bebê. A minha família paterna é toda mineira e minha família materna é cearense. Então eu vou contar um pouquinho dessa infância porque tem uma questão até de comparação entre estados do Brasil.

Minas é um estado muito fechado – ao contrário do Nordeste, onde tive uma experiência completamente diferente. Todos os anos gente passava, um período de férias no Ceará, no sertão, onde residia a família da minha mãe – um lugar chamado Vila Estrada, pertinho da região do Crato. Lá eu tive um aprendizado muito interessante com as minhas primas, minhas tias: a gente saía pra brincar, no sertão, montadas em jumentos; ia buscar água em açude junto com os meninos. E as meninas aprendiam a se defender desde muito novinhas. Daí a gente já recebia aquela orientação: “Se menino fizer alguma coisa com você, dá um chute no saco”.

E aqui em Minas era tudo diferente: “Isso não é brincadeira de menina!” Menina não pode brincar disso!” Então tinha aquelas diferenças muito nítidas que eu não percebia no Ceará. Já cresci com duas percepções diferentes de educação. E eu sentia que em Minas o caminho que a gente tinha era sempre do recato, do cuidado. Só que minha própria geração já veio nessa história da abertura de costumes. A gente vem pós-contracultura, eu peguei a ditadura [militar] na infância.

A ditadura foi muito forte no Brasil: eu mesma tinha um tio preso político no Ceará. Ele foi, inclusive, um dos últimos anistiados no Brasil – William Montenegro. E a primeira vez que fui ao presídio para visita-lo, eu tinha 11 pra 12 anos. Meu pai achava importante que a gente conhecesse esse país em a gente vivia – esse país que colocava os intelectuais presos porque defendiam a democracia, porque defendiam ideias. E ele achava importante que a gente tivesse esse norte, essa noção, de que país a gente vivia. Então me considero uma privilegiada em termos de percepção de mundo! Mas as mulheres do meu entorno e minhas amigas, elas viviam toda pressão de horário pra sair, de vigilância… Sinto que não tive isso muito especificamente na minha família. Até porque a minha mãe, por ser cearense, embora tentasse se adequar muito ao que Minas esperava dela, ao que minha avó paterna esperava dela, ela não conseguia isso plenamente. Quando minha mãe chegou do Ceará – ela conta isso – minha avó achava que ela era puta, porque usava vestido curto, alcinha. Aqui as moças ainda não se vestiam assim, nem no verão. Então essa [educação de moças mineiras] era uma educação mesmo para o casamento. Eu percebia isso nas minhas colegas. E também na minha tia, irmã do meu pai que era criada assim. A mocinha pronta pra se casar virgem. Pra mim essa coisa não era muito assim definida. Eu nunca consegui me ver como essa moça.

(CR): Você acha que essa experiência da infância impactou sua juventude e os primeiros contatos com a questão da mulher?

(TG): Com certeza! Eu estudei no Colégio Municipal da Lagoinha, a localização dele era logo abaixo da Pedreira Prado Lopes, [antes favela] hoje comunidade. E tinha várias colegas que eram da Pedreira e que eram também do IAPI [conjunto habitacional]. Eu circulava bastante nas casas de minhas colegas, então vivi experiências muito marcantes na minha adolescência. Desde ver arrastão de polícia nas sextas-feiras  – a gente tinha que descer das salas porque tinha tiroteio! Como tive experiência de visitar colega minha que ficou grávida do irmão. Essas vivências foram marcantes: ter uma colega que o irmão engravidou, que foi abusada pelo pai… E elas levavam isso pra escola. Não era discutido entre os professores, mas entre a gente, as colegas. Conversas de vestiário feminino. Então isso foi muito marcante.

Essa especificamente, que ficou grávida do irmão, a L*, era uma pessoa com quem eu convivia muito. Ela escrevia muito bem. Isso foi motivo até de uma redação dela – teve que parar [de frequentar o colégio], interromper os estudos por causa da gravidez.

(CR): E como foi a sua conexão com aquele movimento que estava acontecendo em Minas no final da década de 70, início de 80, quando aconteceram aqueles assassinatos? Essa experiência toda que você viveu antes influenciou sua aproximação junto ao movimento feminista?

(TG): É importante dizer que, sendo poeta, tive um olhar, uma percepção desse meu entorno de uma forma bem particular:  sempre busquei transformar isso em texto. Então, a minha conexão com o movimento feminista especificamente passa muito pela questão da escrita. Inclusive tenho um poema, publicado em 1982, em que falo dessas meninas de Minas.

Essa era a percepção que eu tinha na época a respeito das meninas de Minas. Meninas que, se saíssem fora desse modelo, desse padrão esperado, elas seriam, possivelmente, vítimas de ciúmes invisíveis, de homens transtornados, que poderiam tentar justificar [seus crimes, alegando] humilhações por traição… Ou porque se sentiam violados pelas mulheres que saíam desse modelo, daí cometendo qualquer tipo de abuso, violência e crimes. Os homens mineiros, considerando essas mulheres objetos, propriedades, sempre foram homens que cometeram crimes e isso começou a ficar muito evidente quando atingiu a classe nobre. A classe alta deu visibilidade para uma coisa que já existia. No interior isso era um pouco apagado, desfocado, as pessoas escondiam. Mas quando começou a ir para o jornal, virar escândalo, teve o caso da Ângela Diniz [em dezembro de 1976]… Depois, em 1980, Eloísa [Ballesteros], e Regina [Maria Regina de Souza Rocha], foram mortas por seus maridos. Eram eventos bem próximos, de muita violência, que ganharam bastante visibilidade (1).

Isso me chamou muito atenção – fiquei bem curiosa para entender o que estava acontecendo naquele momento. As mulheres estavam tomando as rédeas das suas vidas. A minha geração já vinha tomando as rédeas, então as mulheres da geração anterior começaram a fazer isso também. Elas começavam a fugir desse script que descrevi no poema.

Quando aconteceu isso aqui em Minas [a movimentação, o ato público], e a criação do Centro de Defesa dos Direitos da Mulher (CDM), eu estava na faculdade. E, na FAFICH-UFMG, não se falava de outra coisa. Claro, pensei que poderia somar – sou poeta, sou escritora. Eu tinha 20 ou 21 anos quando eu conheci o CDM. Fui até lá com esse afã: vim pra somar, pra escrever, quero participar. Quando houve o assassinato da Eloísa [Ballesteros] não deu em nada! A explicação é que, mais uma vez, no julgamento foi aceita a tese da legítima defesa da honra. Eu tinha ouvido falar nessa tese, mas não da forma como ela começou a ser aplicada. A primeira vez que ela foi usada, inclusive, foi aplicada a uma mulher. Depois, foi retomada pelo Dr. Ariosvaldo Campos Pires (2) da seguinte forma: a honra da família só existe [surge como argumento] quando ela é manchada pela mulher. Essa legítima defesa é só se a mulher mancha a honra. Então, na época, no caso do Márcio [Stanciolli, marido e depois assassino de Eloísa], eles conseguiram transformar um caso doloso em culposo, o que reduziu a pena. E isso me levou a estudar o Direito, estudar o inquérito. Isso porque a gente só consegue ver a violência contra a mulher, quantificar, quando os atos se transformam em autos [produzem] inquérito policial, processos – e vão ser ouvidas as testemunhas, até chegar ao julgamento. Nesses casos, quando as mulheres são assassinadas, elas é que acabam sendo julgadas, elas se tornam as rés. As vítimas [do crime] deixam de ser vítimas para serem rés! Elas foram mortas e foram culpadas, como se elas merecessem ser mortas!

Quando você está em um movimento, as coisas surgem coletivamente. Então no CDM surgiu a ideia de se fazer contos, escrever crônicas, de levar para imprensa através de textos literários diversos, contando o que tinha acontecido. Aí [em 1983] surgiu a ideia da peça: Vamos fazer uma peça teatral! Mas tinha que ser algo rápido, como um ato. Foi pensado em se vfazer na Igreja São José porque já tinha sido feito um ato lá [três anos antes] e o status da Igreja daria uma proteção.

(CR): Ainda estávamos na Ditadura!

(TG): Aí eu propus, chegou o meu momento. Consegui uma cópia do processo. Lamentavelmente essa cópia do processo virou refeição de cupins no porão da casa de minha avó, onde guardei. Vários documentos foram comidos por cupins: o processo, o texto original que escrevi – tinha escrito um conto a partir do material dos autos. Esses autos do julgamento são de uma canalhice sem fim. A gente não consegue entender coisas assim: de um homem guardar calcinha da esposa feito Márcio Stanciolli fazia… Guardava calcinhas da Eloísa. Ele tinha calcinhas com corrimento! Coisa de gente transtornada, louco totalmente. Isso está registrado no processo. Ele cheirava calcinha dela, além de seguir a mulher, martirizar, perseguir. Ela sofreu todo tipo de martírio com as perseguições dele. Controlar horários… Por exemplo, ele controlava o combustível do carro dela. Isso tudo está escrito no processo!

Esses registros forneceram, de alguma forma, elementos para o advogado dele, o Ariosvaldo, criar a figura de uma mulher pérfida. Sendo que na verdade ela queria pedir o desquite, separar dele. Todos os funcionários da casa foram ouvidos. A imprensa citou cinco tiros dados em Eloísa, na verdade foram sete… Curiosamente, fui a essa casa depois – os tiros ficaram na parede, eu visitei a casa em que eles moravam, na Avenida Portugal…. E ele foi fazer uma macarronada depois que a assassinou e comeu! Depois pegou o carro e saiu!

(CR): Como se nada tivesse acontecido…

(TG): Eu peguei esse material todo que gerou um texto escrito, pinçando essas coisas, essas perguntas. Mas não daria uma peça e eu não tinha domínio da linguagem teatral. Eu já conhecia o Pedro Paula Cava desde quando eu era criança. E eu o procurei com esse material sobre o processo, com esse conto dizendo a ele: “Eu sou do CDM, estou com esse material e a gente precisa de alguém que assuma fazer isso em tempo recorde. Transformar isso aqui em linguagem teatral, montar e dirigir o espetáculo”. Tanto que eu o ajudei a escolher os atores. Procurei Bernardo Mata-Machado: ele se apaixonou pelo projeto, me ajudou a procurar o Elvécio Guimarães. O Miguel Resende foi o réu, deu uma interpretação tão cínica [ao personagem] que as pessoas queriam lincha-lo depois da peça!

Bom, então eu procurei o Pedro Paulo, e junto com ele fomos transformando o texto no timing do teatro. Fiquei ao lado dele nesse período todo, porque ele não conhecia o processo. Como eu tinha muita informação, Pedro Paulo precisava de alguém que dominasse o conteúdo pra ele adequá-lo nessa peça que se intitulou “A Honra ou a Vida” e foi montada nas escadarias da Igreja de São José.

(CR): Como foi a experiência do espetáculo quando vocês foram encenar?

(TG): Os atores compraram muito a ideia. Eles tiveram pouquíssimo tempo para ensaiar. Alguns atores leram o texto na véspera! Tanto que me lembro que Matilde [Biadi] (3) ficou dando o texto para os atores. Mas a emoção do tema, independente do texto, eles já conheciam, porque eles leram o texto, a prosa corrida que eu escrevi antes, a imprensa e isso deu a dimensão da história. Uma coisa são as falas, a peça  e outra foi a dimensão do fato. No dia da apresentação, a plateia lotada! No final teve uma reação do público vaiando a sentença! O público vaiou a sentença, a sentença baseada na tese da legítima defesa da honra. Chamava-se A Honra ou a Vida e o público escolheu a Vida. Esse júri popular escolheu a Vida, vaiou a sentença dada.

(CR): Como você vê hoje a importância desse trabalho, de terem feito aquela encenação?

(TG): Esse trabalho teve uma repercussão na época muito grande, inclusive em outros estados do Brasil. Na época a imprensa cobriu, mas não teve a divulgação merecida porque a imprensa também tinha medo [do poder da família de Stanciolli]. Ao mesmo tempo, a mídia também era muito machista. Além disso, naquela época também não queriam dar força para essas mulheres, para essas feministas.

O julgamento real durou 16 horas. Em Belo Horizonte, o saguão do Fórum Lafayette ficou lotado – não eram só jornalistas! Eram jornalistas, mulheres, feministas, fora os curiosos. Havia um movimento já muito forte desde o julgamento. O resultado desse julgamento já provocou uma comoção. E depois houve um segundo julgamento, o promotor pediu e conseguiu um aumento da sentença, mas a tese da legítima defesa da honra persistiu. E houve o uso dessa tese recentemente (2016), num caso no interior de Minas em que o réu teve redução de pena com base nessa tese anacrônica! Olha a importância disso, desse resgate do movimento QuemAmaNãoMata! Estamos vivendo um momento de recrudescimento da violência, racismo, todo tipo de preconceito. Precisamos ter cuidado, cautela e retomar essa luta de uma forma atenta. Hoje, no país, o feminicídio voltou de uma forma assim…

Eu era uma das poucas mulheres naquela época que fazia o trabalho de venda [de livros de poemas, edição do autor] no mano a mano e me envolvi em um grupo de pesquisa de poesia feminina. Nós queríamos saber quem eram as mulheres que escreviam antes de nós. Juntamos Íris, Sonia Queiroz (4), Lucia Castelo Branco (5), Ilka Boaventura (6), Judith Azevedo e eu – pesquisamos durante quatro anos, o CNPq financiou essa pesquisa: “Poesia Feminina, Bibliografia Comentada 1500 a 1930”. Um trabalho em que a gente levantou nomes de várias mulheres e da forma como elas publicavam – várias sob pseudônimo masculino.

(CR): Parece que você trouxe outro poema para encerrar seu depoimento. Poderia declamar para nós?

(TG): Esse poema eu escrevi depois que vi o documentário A Poetisa, registrando a trajetória de uma poetisa beduína que ganhou o segundo lugar em um reality show nos Emirados Árabes. Acredite se quiser, mas o programa se chama O Poeta do Milhão… Os poetas que declamam e chegam à final ganham um milhão de dólares. E ela, uma mulher beduína, nunca havia tirado a burca! Ela estava assistindo esse programa na televisão; pediu autorização ao marido para participar e fez o que ninguém imaginava. Chegou na TV, na frente de milhares de pessoas, transmitindo para todos os Emirados Árabes e disse: “Sou contra a forma como as mulheres são tratadas”. Começou a despejar tudo aquilo e eles não podiam interromper a transmissão porque era ao vivo. Jornalistas do mundo inteiro! No documentário fizeram o trajeto dela de volta à sua aldeia. E fiquei muito curiosa com isso, descobri a história dela e escrevi um poema de sororidade, de empatia com a mulher. Em 2019 esse poema ganhou o primeiro lugar no off Festival de Literatura de Paraty.


 

NOTAS
  1. Faz referência aos assassinatos de Eloísa Ballesteros e Maria Regina de Sousa Rocha, duas mulheres de classe média alta de Belo Horizonte, assassinadas por seus maridos em 1980. Em agosto de 1980, a morte dessas mulheres deu origem a um ato público, que atraiu cerca de 400 mulheres para as escadaria da Igreja São José, lançando as bases do movimento QuemAmaNãoMata e a posterior institucionalização de políticas de apoio à mulher.

  2. Ariosvaldo Campos Pires (1934-2003) foi quem consagrou a tese da legítima defesa da honra, que usou com sucesso em vários casos. Ariosvaldo era especialista em Direito Penal. Foi professor e diretor da Escola de Direito da UFMG, Presidente da OAB-MG e Membro da Academia Mineira de Letras.

  3. Fazendo o papel do que no teatro se chama “ponto” – profissional de apoio que fica longe dos olhos do público e vai soprando o texto aos atores quando há esquecimento.

  4. Sônia Maria de Melo Queiroz (1953-), poeta e profa. aposentada da Faculdade de Letras – UFMG, integrou o grupo feminista de Belo Horizonte pós debate de 1975 no DCE-UFMG. Publica na coletânea de poemas Palavra de Mulher (Editora Fontana, 1979). Participou da organização do ato público na Igreja São José, em 1980, contra assassinato de mulheres e da criação do Centro de Defesa dos Direitos da Mulher (CDM). Em 1980, vence Prêmio Cidade de Belo Horizonte e publica Sacro Ofício (Editora Comunicação), seu 1º livro solo e com poemas de orientação feminista. Publica ainda: Taquicardias (Edições Dubolso, 1985), contos em Madrinha (Ed. Dez Escritos, 1987); Relações Cordiais (Poesia Orbital, BH, 1997) e o acadêmico Pé preto no barro branco: a língua dos negros da Tabatinga (1998), entre outros.

  5. Lucia Castello Branco (1953- ) é profa. Titular da UFMG em Estudos Literários e na Pós-graduação (POSLIT); lecionou na UFBA (PPLitCult). Mestre em Literatura Luso Brasileira – Indiana University (1981) e doutora em Estudos Literários na UFMG (1990), tem três pós-doutorados (em Lisboa, na Califórnia e no Rio de Janeiro).

  6. Ilka Boaventura (1952-)é profa. titular aposentada do Depto.  de Antropologia da UFSC. Fundadora e coord. do NUER (Núcleo de Estudos de Identidades e Relações Inter-étnicas). Graduada em História (UFMG, 1980) e Antropologia (USP, 1986). Publicou, entre outros: Antropologia da Viagem (Ed UFMG, 1996), Negros no Sul do Brasil: invisibilidade e territorialidade (Ed Letras Contemporâneas, 1996 coletânea), O Legado do Testamento: a Comunidade de Casca em perícia (Ed. UFRGS,2004). Quilombos no Sul do Brasil: perícias antropológicas (NUER, 2006, coletânea).
  7.  
DEPOIMENTOS EM VÍDEO

MIRIAN CHRYSTUS

NELY ROSA

RODRIGO DA CUNHA PEREIRA

ELIZABETH ALMEIDA

ALOÍSIO MORAIS

PEDRO PAULA CAVA

ELIZABETH CATALDO

CELINA ALBANO

THAIS GUIMARÃES

ELIZABETH FLEURY

CONCEIÇÃO RUBINGER

BERNARDO DA MATA MACHADO

LUCIA AFONSO

OTILIE PINHEIRO

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